OS ANIMAIS TAMBÉM SENTEM!
É repetida
várias vezes por representantes das corporações, estado e ambientalistas em
Portugal que a fase de prospeção de gás e petróleo é quase inofensiva no que
diz respeito ao impacto ambiental. Podendo mesmo “afirmar-se quase nula”. A CREA
apoia a luta contra a exploração de gás e petróleo em Portugal e no mundo e
une-se à mesma alertando para os animais que sofrem em todo o processo da
indústria petrolífera. A luta
ambientalista não está separada da luta de libertação animal humana e não
humana.
Os animais
sempre serviram de indicadores de problemas ambientais e sociais para a
sociedade humana. Desde o canário nas
minas de carvão, que enquanto cantava tudo estava bem, e quando se deixava
de ouvir a mina era evacuada porque ele tinha morrido intoxicado com gás metano
ou monóxido de carbono, até ao animal de criação que morre ao beber água contaminada, alertando o
produtor para a qualidade da mesma. Temos exemplos como o caso de “criadores”
de gado nos EUA que viram o seu gado morrer, ou nascer com defeitos, aos que
dão sinal de tempestade, incêndio ou terramoto.
Um pequeno
peixe elétrico, provou num estudo para doutoramento realizado no Laboratório de
Fisiologia Comportamental e Evolução do Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazónia ser um ótimo biomonitor de
derrames derivados de petróleo na água. “É
só um peixe! Para nossa segurança!”
A saúde e os
habitats dos animais são afetados pela indústria petrolífera, tanto por perda de
habitat para qualquer das infraestruturas de apoio desenvolvidas ou em
desenvolvimento pelo mundo, ou através das alterações
climáticas, derrames e transporte. O envenenamento das águas e fontes de
alimento (terra) e do ar no local das imediações ou longe das mesmas levou à
queda e mesmo extinção de espécies em redor e muito longe dos oleodutos,
plataformas e outras infraestruturas.
Muitos
animais- incluindo espécies em extinção e ameaçadas nos EUA como o castor, o
lobo cinzento, a raposa, bisontes, animais aquáticos, entre muitos outros- que
vivem no mundo selvagem do Norte a
Sul de Dakota, a região onde se quer construir um massivo oleoduto, The
Dakota Access Pipeline (DAPL), estão em perigo como a modo de vida da
população humana local.
“Existem várias preocupações da Sioux Tribe com
a contaminação da água”- Sarah Hanneken, Animal legal Defense Fund.
Em 2010 o
número oficial de animais mortos no derrame BP Oil Spill foi 4.768. Cerca de 4.080 pássaros e 525 tartarugas.
Não fala de peixes, e o número actual é certamente superior, com consequências
num futuro longo.
Preocupações com o impacto das formas
de perfuração para gás e petróleo.
Seisimic Surveis/varrimentos sonoros
Para
encontrar potenciais reservas de petróleo, investigadores enviam ondas sísmicas
pelo chão. As ondas de som ecoam de volta revelando a topografia enterrada,
revelando uma possível reserva, mas desorientam
as baleias e outros mamíferos marinhos, levando a encalhamentos massivos
nas praias. As experiências das corporações
para estudar os impactos das ondas
sísmicas na vida selvagem são
realizadas em laboratório e com animais enjaulados, o que levanta mais uma vez
a questão da viabilidade da vivisseção,
com a pergunta:
“Os animais testados tentariam fugir e evitar os danos na audição se pudessem?”- Robert McCauly e colegas no The Journal of the
Acoustical Society of America.
Em 2008 a ExxonMobil
suspendeu uma exploração perto de Madagáscar porque mais de uma centena de baleias encalharam numa
praia.
“No final, os
testes sísmicos só ajudam os geologistas a realizar um cálculo educado” -Diz Eric Potter ,
de Boreau of Economic Geology, na Universidade do Texas, Austin.
Questões em terra!
Grandes
infraestruturas como estradas, pistas de aterragem de aviões, oficinas, casas e
complexos industriais são
necessárias e vão perturbar a vida selvagem.
Com os
avanços da indústria petrolífera em novos mundos, como as regiões árticas, onde
os Ursos Polares, Caribus e outros animais passam a caminho do seu território
para dar à luz, a fase mais vulnerável de uma espécie, perturbações levarão ao declínio da população.
“Temos de
manter os combustíveis fósseis no chão pelos humanos, pela vida selvagem, pelo
planeta”- Bethany Cotton, WildEarth Guardians
No mundo
selvagem muitos animais rapidamente ganham doenças na pele devidas à PAH – uma toxina associada a poços de petróleo.
A PAH não é transmissível aos humanos porque o contágio é a nível cutâneo,
nunca entrando no sangue do animal. Casos de contágio extremo podem causar
cancro, como viver perto de locais contaminados pelas plataformas, oleodutos,
gasodutos, descargas tóxicas, etc.
A água tóxica
é um subproduto que vem com o petróleo e o gás que contêm toxinas ambientais
como as polycyclic aromatic hydrocarbons
(PAH). Em grandes concentrações, as contaminações são letais para a vida
marinha. Em baixas concentrações causam defeitos de nascença, abortos e
infertilidade.
O único urso
branco em risco não é do Ártico. O raro Urso Branco conhecido pelos nativos
como Spirit Bear vive na Great Bear Rainflorest na British
Columbia, Canadá. Na primavera de 2005 a Enbrige
revelou o seu plano de construir o Northern Gateway Project. Depois de
se defender da indústria madeireira, o Spirit
Bear agora enfrentava a indústria das Tar Sands
O trajeto proposto atravessa múltiplas comunidades First Nation, atravessa 785 rios e nascentes, e disseca a Great Bear Rainflorest.
“A maior ameaça para a vida selvagem vinda dos oleodutos são os derrames, e todos os oleodutos vão eventualmente ter derrames, porque nada dura para sempre”- Brett Hartl, Center for Biological Diversity
As fontes de energia não convencionais e a migração de aves!
Em 2014 foi
reportada a aterragem de cerca de 500 patos em migração num tailing pond (lagos
de lixo tóxico a céu aberto das
operações de extração de areias betuminosas (tar sands)), segundo a WordlWatch.org
só 3 patos sobreviveram. A Syncrude,
proprietária da “infraestrutura”, estimou que afinal morreram mais de 1600 aves.
Centenas de patos em decomposição deram à superfície ao longo das semanas seguintes. Os lagos tóxicos são uma mistura de barro, areia, hidrocarbonetos, metais pesados, sub produtos do processo de extração.
Centenas de patos em decomposição deram à superfície ao longo das semanas seguintes. Os lagos tóxicos são uma mistura de barro, areia, hidrocarbonetos, metais pesados, sub produtos do processo de extração.
Portugal
Já foram
realizados milhares de km de estudos sísmicos em terra e no mar em Portugal. O Impacto não se sabe qual é. As mega
infraestruturas crescem a passos largos. O último exemplo é o troço de gasoduto
da REN para mais uma ligação à rede
europeia de gás natural. Uma pequena parte da gigante rede de gás mundial.
O projeto
atravessa o distrito de Bragança,
com início em Mangualde e a acabar em Zamora. Os concelhos ameaçados são Torre
de Moncorvo, Mogadouro, Vimioso e Miranda do Douro. Uma alternativa seria
Mangualde- Vilar Formoso, seguindo para Zamora em solo espanhol.
Em 201,6 em
Portugal existiam 282 espécies na lista de espécies
ameaçadas. Algumas são as mais badaladas Águia, Lobo, Lince, Abutre e Burro
Mirandês, todas elas com muitas dificuldades em sobreviver em Portugal, apesar
de toda a entrega pela sua conservação em locais como Trás-os Montes.
“Apesar de o projeto ainda estar em fase de avaliação, sabe-se já que se o
gasoduto passar em Trás-os-Montes, Portugal ganha capacidade de armazenamento, que é um dos objetivos da REN.”- Ondelivrefm.net
Um local estudado em 2010 para uma infraestrutura de armazenamento subterrâneo de gás natural foi a Zona Oeste, zona da concentração de concessões em terra para gás natural, com um resultado final: Serra do Bouro, Caldas da Rainha.
Com
exploração de gás ou petróleo em Portugal ou não, a industria petrolífera tem
planos para grandes mega infraestruturas a nível mundial e nacional.
A natureza “verde” é a primeira a sofrer. O impacto nas vidas de animais não humanos, nós ignoramos (Especismo), e se o continuarmos a fazê-lo, vamos sofrer dos mesmos malefícios.
Ao se
conhecer o impacto das fontes de energia “sustentável” e seu impacto nocivo na
vida selvagem, como as Barragens em
Portugal, especialmente em Trás-os-Montes, local do último Rio selvagem em
Portugal, o que virá para Nós e
para os animais não humanos e natureza verde com a indústria petrolífera?
Não existem
animais não humanos e humanos só em Portugal. Por (todos) Nós, não à indústria
petrolífera! Nem Aqui! Nem em Lado
nenhum!
Fontes:
Estudos Impacto Ambiental :- Pedido da Quercus
No
to DAPL- Dakotta Acess Pipeline and Animals
BP oil Spill – Morte de milhares de animais
Seismic Surveys/ Baleias e mamíferos
marinhos- Baleias
Surdas-Baleias Mortas
Syncrude/Sonoco- Inocentes na morte dos patos que
aterraram nos seus lagos tóxicos
REN/Gasodutos- reforço ibérico da ligação de gás
natural
ICNF-Animais em perigo de extinção
Portugal
Fenix técnico de Lisboa – Estudo de cavidades salinas para
armazenamento de gás natural
Gasnaturalnao - Blog sobre as concessões em Portugal
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