Vacas mutantes morrem em experimentação de Modificação Genética
por Eloise Gibson
Sábado, 1 de Maio, 2010
In New Zealand Herald
por Eloise Gibson
Sábado, 1 de Maio, 2010
In New Zealand Herald
Vacas geneticamente modificadas nasceram com ovários que cresceram tanto que causaram rupturas e mataram os animais. A experiência falhada aconteceu durante um estudo por cientistas da AgResearch em Ruakura, Hamilton, para encontrar tratamentos para a infertilidade humana através do leite de vacas GM. A AgResearch está a estudar tecido de uma das três bezerras mortas para tentar descobrir o que fez os ovários crescer até ao tamanho de bolas de ténis em vez do tamanho comum de uma unha de polegar.
George e Charlie, nascidos em 1998, foram os primeiros bezerros transgénicos clonados, abrindo caminho para o "pharming", através do qual os frankencientistas esperam combinar clonagem e modificação genética para criar animais capazes de produzir produtos medicinais. (Imagem da BBC)
Detalhes das mortes – em relatórios veterinários cedidos ao Weekend Herald sob o Official Information Act – reacenderam o debate sobre a ética das experimentações de modificações genéticas em animais.
O gestor do grupo de tecnologias aplicadas da AgResearch, o Dr. Jimmy Suttie, disse que não encarou as mortes como um “grande problema”, e que foram parte do processo de aprendizagem para os cientistas.
Mas o porta-voz da GE-Free NZ (Nova Zelândia Livre de Engenharia Genética), Jon Carapiet, disse que os detalhes da experimentação em bezerras mostraram que o comité de bem-estar animal que supervisiona o trabalho da AgResearch está “a milhas da ética e valores da comunidade”.
As bezerras morreram no ano passado, com seis meses de idade. Foram formadas quando código genético humano injectado numa célula de vaca foi adicionado a um óvulo de um ovário de uma vaca e colocado no útero da mesma.
Os cientistas esperavam que o código genético, uma hormona folículo-estimulante humana ou FSH (Follicle Stimulating Hormone), fizesse com que as vacas produzidas produzissem leite contendo compostos que poderiam ser usados como tratamento de fertilidade humana.
Sob licenças cedidas pela Environmental Risk Management Authority (Autoridade de Gestão de Risco Ambiental) no mês passado, a AgResearch poderá colocar genes humanos em cabras, ovelhas e vacas durante 20 anos para ver se os animais produzem proteínas humanas no seu leite.
As proteínas poderiam eventualmente ser usadas para tratar desordens humanas.
Grupos Anti-GM disseram que o custo para o bem-estar animal foi demasiado alto, citando casos de fetos abortados e deformados, de bezerras deformadas e de condições respiratórias entre os animais criados em Ruakura.
Os documentos do Official Information Act mostram que uma investigação do Ministério da Agricultura e Florestas (MAF) encontrou deformidades e problemas respiratórios entre os animais nas instalações – algo sobre o qual a AgResearch tinha sido transparente – mas disse que isso era um subproduto previsível do projecto.
No geral, o investigador constatou que as vacas eram melhor tratadas pelos veterinários em Ruakura do que seriam numa pecuária leiteira normal.
Os cientistas notaram que quatro das bezerras com o gene FSH cresceram mais rapidamente que a sua irmã-clone, que não tinha o gene.
As bezerras FSH tinham abdómenes maiores e pescoços mais grossos mas fora isso pareciam saudáveis, excepto uma que ficava facilmente com falta de ar, dizia o relatório de um veterinário.
O Dr. Suttie disse que as anormalidades foram relatadas ao comité de ética animal, que disse à companhia para monitorizar as bezerras.
Testes cinco meses depois mostraram que três das quatro bezerras tinham ovários anormalmente grandes.
Quando as bezerras tinham seis meses de idade, uma morreu subitamente de uma hemorragia na sua artéria uterina, provavelmente devida ao esticamento e distorção provocada pelos seus ovários deformados.
Cinco dias depois morreu a segunda bezerra, depois do seu ovário se ter contorcido e separado do seu útero.
A terceira bezerra com ovários anormalmente grandes foi morta no mesmo dia para que os cientistas pudessem estudar o seu tecido.
O Dr. Suttie disse que a raiz do problema foi que os genes FSH afectaram toda a bezerra e não apenas as glândulas mamárias, como era desejado – um problema que não surgiu nas experimentações em ratos.
“Isto não estava planeado acontecer. Mas, posto em termos simples, a investigação é mesmo assim.”
E-mails entre a AgResearch e o MAF revelam que o Ministro da Agricultura David Carter procurou mais infomação sobre bem-estar animal quando soube das mortes das bezerras no ano passado.
Ele disse ontem que estava satisfeito com a resposta da AgResearch.
(tradução por Ricardo Petinga)
O gestor do grupo de tecnologias aplicadas da AgResearch, o Dr. Jimmy Suttie, disse que não encarou as mortes como um “grande problema”, e que foram parte do processo de aprendizagem para os cientistas.
Mas o porta-voz da GE-Free NZ (Nova Zelândia Livre de Engenharia Genética), Jon Carapiet, disse que os detalhes da experimentação em bezerras mostraram que o comité de bem-estar animal que supervisiona o trabalho da AgResearch está “a milhas da ética e valores da comunidade”.
As bezerras morreram no ano passado, com seis meses de idade. Foram formadas quando código genético humano injectado numa célula de vaca foi adicionado a um óvulo de um ovário de uma vaca e colocado no útero da mesma.
Os cientistas esperavam que o código genético, uma hormona folículo-estimulante humana ou FSH (Follicle Stimulating Hormone), fizesse com que as vacas produzidas produzissem leite contendo compostos que poderiam ser usados como tratamento de fertilidade humana.
Sob licenças cedidas pela Environmental Risk Management Authority (Autoridade de Gestão de Risco Ambiental) no mês passado, a AgResearch poderá colocar genes humanos em cabras, ovelhas e vacas durante 20 anos para ver se os animais produzem proteínas humanas no seu leite.
As proteínas poderiam eventualmente ser usadas para tratar desordens humanas.
Grupos Anti-GM disseram que o custo para o bem-estar animal foi demasiado alto, citando casos de fetos abortados e deformados, de bezerras deformadas e de condições respiratórias entre os animais criados em Ruakura.
Os documentos do Official Information Act mostram que uma investigação do Ministério da Agricultura e Florestas (MAF) encontrou deformidades e problemas respiratórios entre os animais nas instalações – algo sobre o qual a AgResearch tinha sido transparente – mas disse que isso era um subproduto previsível do projecto.
No geral, o investigador constatou que as vacas eram melhor tratadas pelos veterinários em Ruakura do que seriam numa pecuária leiteira normal.
Os cientistas notaram que quatro das bezerras com o gene FSH cresceram mais rapidamente que a sua irmã-clone, que não tinha o gene.
As bezerras FSH tinham abdómenes maiores e pescoços mais grossos mas fora isso pareciam saudáveis, excepto uma que ficava facilmente com falta de ar, dizia o relatório de um veterinário.
O Dr. Suttie disse que as anormalidades foram relatadas ao comité de ética animal, que disse à companhia para monitorizar as bezerras.
Testes cinco meses depois mostraram que três das quatro bezerras tinham ovários anormalmente grandes.
Quando as bezerras tinham seis meses de idade, uma morreu subitamente de uma hemorragia na sua artéria uterina, provavelmente devida ao esticamento e distorção provocada pelos seus ovários deformados.
Cinco dias depois morreu a segunda bezerra, depois do seu ovário se ter contorcido e separado do seu útero.
A terceira bezerra com ovários anormalmente grandes foi morta no mesmo dia para que os cientistas pudessem estudar o seu tecido.
O Dr. Suttie disse que a raiz do problema foi que os genes FSH afectaram toda a bezerra e não apenas as glândulas mamárias, como era desejado – um problema que não surgiu nas experimentações em ratos.
“Isto não estava planeado acontecer. Mas, posto em termos simples, a investigação é mesmo assim.”
E-mails entre a AgResearch e o MAF revelam que o Ministro da Agricultura David Carter procurou mais infomação sobre bem-estar animal quando soube das mortes das bezerras no ano passado.
Ele disse ontem que estava satisfeito com a resposta da AgResearch.
(tradução por Ricardo Petinga)
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